“Uma coligação de movimentos rebeldes e grupos próximos da
Al-Qaeda conquistou a cidade de Idlib, no nordeste da Síria. É a segunda capital de província que o
regime perde desde o início do conflito, há quatro anos”, noticia hoje a Euronews
com mal disfarçado regozijo. Afinal a estratégia do Prémio Nobel da Paz, Obama,
está a resultar: O inimigo principal, o malvado oftalmologista laico Assad,
continua a ser perseguido para ver se tem um fim parecido com o de Kadaffi,
outro malvado. O pretexto já não são armas químicas. Agora é o “estado Islâmico”,
concorrente da Al-Qaeda, que anda a dar
muito nas vistas com as suas carnificinas mediáticas.
São estes os “rebeldes
moderados”, que os EUA, EU e seus aliados apoiam sem reservas, com armas,
munições, bombardeamentos, cobertura mediática e dinheiro. Afinal a Al-Qaeda
nem é assim tão má! Se o fosse não estaria a ser apoiada em vários países,
designadamente na Síria e na Líbia onde até decorrem negociações para um “governo
de unidade”. No Yemen, onde a “Primavera Árabe” não está a correr a contento da
Arábia Saudita, este indefectível aliado dos EUA não hesitou em invadir esse país,
começando por bombardear massivamente as populações, como é tradicional, apoiando
e apoiando-se em milícias da Al-Qaeda que no terreno combatem a rebelião Houthi.
A manifesta ilegalidade desta ação está
agora a ser colmatada com um apoio arrancado à pressão na sempre prestável “Liga
Árabe”. Entretanto, a chamada “comunidade internacional”, os EUA, a EU, os
infatigáveis militantes anti terroristas, Obama, Cameron, Hollande, refugiam-se
numa estranha neutralidade colaborante e vão alimentando a opinião pública com
a amplas cerimónias de fervor anti terrorista… Não faz tudo isto lembrar a história dos três porquinhos
e do lobo-mau? Afinal, quem tem medo lobo mau, ou seja, quem leva a sério o
terrorismo?
Daniel D. Dias
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