A América Latina foi até há pouco o
“pátio traseiro” dos EUA*, onde tudo parecia estar ao serviço e sob controlo
desta superpotência. Mas as coisas começaram a mudar nas últimas décadas: Uma
nova consciência das pessoas e uma geração de líderes reformadores vieram
tornar possível colocar os enormes recursos desta região ao serviço dos seus
povos e não apenas ao serviço de classes muito reduzidas, como sempre aconteceu.
Pode apontar-se que esta ação tem sido desenvolvida, em alguns casos, com
alguma inépcia e noutros, de forma pouco clara. Ainda assim é inegável que as
enormes desigualdades existentes diminuíram e que os resultados positivos em
termos sociais são bem concretos: a fome, a doença, o analfabetismo e a miséria
extrema, têm sido - pela primeira vez em 500 anos -, consistentemente
combatidos.
Esta realidade configura um pecado
mortal, uma ousadia jamais admitida, que os EUA e seus aliados sempre
rejeitaram sem contemplações. É daqui que decorrem as sucessivas campanhas orientadas
contra vários países da região – Argentina, Venezuela, Brasil, entre outros. As
versões que os “media” espalham pelo mundo - é sabido que os EUA dominam os
“media” mundiais – são parciais, preconceituosas, pseudo moralistas e destorcem
os factos. Tem sido a forma habitual para preparar o terreno para ações mais
musculadas – revoluções coloridas, primaveras árabes, etc. - como as que temos
vindo a assistir no Médio Oriente, no Norte de África, nas vizinhanças da
Rússia e da China.
As manifestações de ontem no Brasil
fazem parte destas campanhas que em muitos aspetos lembram o Chile dos tempos
de Allende antes do golpe de Pinochet. Havia por lá muita gente, nutrida e bem
parecida, a bater tachos e até a reclamar o regresso da ditadura militar…
O vídeo que se segue ajuda a
perceber de forma simples e bastante detalhe o que está agora em causa no
Brasil.
https://www.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DnOaff79Tpqg%26feature%3Dyoutu.be&h=EAQFNF9G3
Texto original em inglês
http://journal-neo.org/2014/11/18/brics-brazil-president-next-washington-target/
Daniel D. Dias
* “Há uma resistência muito significativa
contra o assalto neoliberal. A mais importante verifica-se na América do Sul, é
espectacular. Durante 500 anos, a América do Sul sofreu a dominação das
potencias imperiais ocidentais, a última das quais os EUA. Mas nos últimos 10
ou 15 anos começou a romper com isso. Isto tem muita relevância. A América
Latina foi um dos sócios mais leais dos consensos de Washington, das políticas
oficiais.”
Noam Chomsky, in entrevista de
Miguel Mora “Syriza y Podemos son la reacción al asalto neoliberal que aplasta
a la periferia”, de 8 de fevereiro de 2015
http://ctxt.es/es/20150205/politica/286/%E2%80%9CSyriza-y-Podemos-son-la-reacci%C3%B3n-al-asalto-neoliberal-que-aplasta-a-la-periferia%E2%80%9D-Internacional.htm
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