Esta borboleta
este fulgor que faísca
está viva em mim
É sonho, é memória
é ilusão
e nada é. Eu sei
E sendo nada, é tudo.
Este mim que transmigra
lá no fundo do mistério das palavras
fica em silêncio
Escuta os discursos mais descabelados
palpita, vibra com todas as emoções
mas queda silencioso
Ele sabe o valor do silêncio
fala mas sabe que no interior da sua voz
só o silêncio reina
No seu palácio de vento e nuvens
o vazio da grande luz
aquece corações:
esses que não têm perguntas
esses que apenas existem
e nem sabem que existem
e alguns, também, que apenas se deixam existir
Esta borboleta que vibra em mim
sente os raios de sol
aquece, por algum tempo,
morre e vive na mesma hora
Daniel D. Dias
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