Anoiteço.
Sei que as nuvens da dúvida
vão invadir os meus sonhos de liberdade
e que eu, uma vez mais, irei lutar por madrugadas claras
Oh, quem me dera que o sono
não fosse uma Arca de Noé
de evasões frustradas
de fantasias de abismais azuis sem fim
Sobra-me a vaga esperança
de que a mão da sabedoria
me acolha, generosa,
numa recôndita aurora de lucidez
E fecho os olhos
numa resignação confortada:
o amanhecer, amanhã, poderá ser
diferente;
poderá mesmo ser real…
Daniel D. Dias
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