sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Desfazendo dúvidas



Sócrates é o álibi perfeito para a espúria confluência política que instalou no poder esta maioria que veio destruir, sabe-se lá por quantos anos, a economia portuguesa. Por isso deve continuar a ser atacado para justificar a escabrosa ação desta maioria  da qual o povo português está ainda longe de se ver livre. Quem estiver atento facilmente perceberá que está em marcha em toda a Comunicação Social um plano de reabilitação das políticas desta governação que ainda não desistiu dos seus intentos. O ressurgimento da projetada privatização da TAP mostra que esta seita que “governa” o país ainda não desistiu e que até está a ganhar novo fôlego. Por isso continua a ser necessário denegrir Sócrates seja de que forma for, e mentir, afirmando que há crescimento, que há sinais de retoma, etc. Pudera: quando se atingem níveis históricos de miserabilismo, qualquer cêntimo encontrado no fundo do bolso, qualquer alface que nasça no quintal semeada pelo vento, podem influenciar o crescimento do PIB…

Mas agora já só continua iludido quem quiser continuar. Através da retardada e provavelmente cénica comissão nomeada pelo Parlamento Europeu “para investigar a acção da ‘troika’ nos países resgatados”, ficam a saber-se coisas que esclarecem quaisquer dúvidas que restem sobre a génese da atual situação.  O comissário Olli Rehn, por exemplo, esta segunda feira, negou perentoriamente que os cortes nas pensões e as privatizações da EDP e da REN tivessem sido impostos pelos credores internacionais a Portugal e imputou  essas decisões à exclusiva iniciativa e responsabilidade do atual governo http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=QYQ4HwQDJ9w. Na terça feira o  antigo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, também defendeu quese Portugal e a Grécia tivessem cumprido as recomendações feitas no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) teriam evitado muitos problemas, nomeadamente os programas de regaste”  http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=135669#.UtW2slVv7iE.facebook.  Naturalmente Trichet referia-se ao célebre PEC IV de 2011, cujas metas então acordadas com a Comissão, pedia que fossem confirmadas (pelo parlamento) http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/trichet_eacute_essencial_que_portugal_confirme_metas_do_pec.html.  Como é sabido o PEC IV ao ser chumbado pela histórica confluência do PSD, CDS, BE e PCP, fez cair o anterior executivo criando condições para a ascensão ao poder da atual maioria.

E assim se vai, paulatinamente, descobrindo a verdade e desfazendo dúvidas. (Vale a pena ler/ouvir com atenção os depoimentos referidos). Mas, ainda assim, restarão sempre duas:

Quando termina esta desgovernança e como vão ser corrigidas as sequelas que vamos herdar;  o que  terá entretanto  aprendido o povo nesta provação.


Daniel D. Dias

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