Sócrates é o álibi
perfeito para a espúria confluência política que instalou no poder esta maioria
que veio destruir, sabe-se lá por quantos anos, a economia portuguesa. Por isso
deve continuar a ser atacado para justificar a escabrosa ação desta
maioria da qual o povo português está
ainda longe de se ver livre. Quem estiver atento facilmente perceberá que está
em marcha em toda a Comunicação Social um plano de reabilitação das políticas
desta governação que ainda não desistiu dos seus intentos. O ressurgimento da
projetada privatização da TAP mostra que esta seita que “governa” o país ainda
não desistiu e que até está a ganhar novo fôlego. Por isso continua a ser necessário
denegrir Sócrates seja de que forma for, e mentir, afirmando que há
crescimento, que há sinais de retoma, etc. Pudera: quando se atingem níveis
históricos de miserabilismo, qualquer cêntimo encontrado no fundo do bolso,
qualquer alface que nasça no quintal semeada pelo vento, podem influenciar o
crescimento do PIB…
Mas agora já só continua
iludido quem quiser continuar. Através da retardada e provavelmente cénica comissão nomeada pelo Parlamento Europeu “para investigar a
acção da ‘troika’ nos países resgatados”, ficam a saber-se coisas que esclarecem quaisquer dúvidas que restem sobre a
génese da atual situação. O comissário Olli Rehn, por
exemplo, esta segunda feira, negou perentoriamente que os cortes nas pensões e
as privatizações da EDP e da REN tivessem sido impostos pelos credores
internacionais a Portugal e imputou
essas decisões à exclusiva iniciativa e responsabilidade do atual governo
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=QYQ4HwQDJ9w.
Na terça feira o antigo presidente do Banco Central Europeu
(BCE), Jean-Claude Trichet, também defendeu que “se
Portugal e a Grécia tivessem cumprido as recomendações feitas no Pacto de
Estabilidade e Crescimento (PEC) teriam evitado muitos problemas, nomeadamente
os programas de regaste” http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=135669#.UtW2slVv7iE.facebook. Naturalmente Trichet referia-se
ao célebre PEC IV de 2011, cujas metas então acordadas com a Comissão, pedia que
fossem confirmadas (pelo parlamento) http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/trichet_eacute_essencial_que_portugal_confirme_metas_do_pec.html.
Como é sabido o PEC IV ao ser chumbado
pela histórica confluência do PSD, CDS, BE e PCP, fez cair o anterior executivo
criando condições para a ascensão ao poder da atual maioria.
E assim se vai,
paulatinamente, descobrindo a verdade e desfazendo dúvidas. (Vale a pena
ler/ouvir com atenção os depoimentos referidos). Mas, ainda assim, restarão
sempre duas:
Quando termina esta
desgovernança e como vão ser corrigidas as sequelas que vamos herdar; o que terá
entretanto aprendido o povo nesta provação.
Daniel D. Dias
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