É apenas uma impressão,
nada de muito fundamentado, mas estou com o pressentimento de que está em
preparação uma mudança de ciclo em termos europeus porventura com pretensões de
influenciar o mundo. Os juros baixam por todo o lado, o desemprego desce, o crescimento
económico é revisto em alta, as agências de “rating” desvanecem-se em
prognósticos favoráveis e elogios, arrumam-se acordos à pressão, ensaiam-se
“transparências” inesperadas, anunciam-se indicadores positivos à fartazana…
Sintomático é também as liliputianas figuras do microcosmo português, se
agitarem, se esticarem nas pontas dos pés e perorarem intermináveis loas
bacocas que encontram eco nos nossos prestimosos “me(r)dia” …
Ou muito me engano ou já
está em preparação um primeiro teste dessa mudança: As eleições europeias de
maio próximo. O espetáculo não pode parar mas é preciso afastar uma previsível
pateada monumental. Para começar tratar-se-á duma mudança de cenário e
adereços, com retoques nas falas, nada de grande coisa. Entrarão em cena, claro
está, alguns novos atores para refrescar o espetáculo. Tratar-se-á duma mudança
para não mudar nada, ou, dito de outra forma, duma mudança que assegure que o
essencial não mudará.
Já lá dizia Lampedusa:
“Para que as coisas fiquem iguais é preciso que tudo mude”. Cá por mim vou
tratar de reservar um lugar. Receio que a lotação se esgote.
Daniel D. Dias
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