Confirmando
o que já era sabido - que a crise das dívidas soberanas era antes uma crise dos
bancos e da sua vocação para a especulação e ganância - Philippe Legrain, que
foi conselheiro económico de Durão Barroso, revela um pouco mais sobre esta
crise numa entrevista dada ao Público http://www.publico.pt/economia/noticia/ajudas-a-portugal-e-grecia-foram-resgates-aos-bancos-alemaes-1635405.
É uma clara denúncia da falsidade da afirmação de que temos vivido acima
das nossas possibilidades e uma demonstração, insuspeita, da grande hipocrisia
dos que agora defendem que salvaram o país da bancarrota:
“As
pessoas elogiam muito o sucesso do programa português, mas basta olhar para as
previsões iniciais para a dívida pública e ver a situação da dívida agora para
se perceber que não é, de modo algum, um programa bem sucedido. Portugal está
mais endividado que antes por causa do programa, e a dívida privada não caiu.
Portugal está mesmo em pior estado do que estava no início do programa.”
E
explica:
“…os
Governos puseram os interesses dos bancos à frente dos interesses dos cidadãos.
Por várias razões. Em alguns casos, porque os Governos identificam os bancos
como campeões nacionais bons para os países. Em outros casos tem a ver com
ligações financeiras. Muitos políticos seniores ou trabalharam para bancos
antes, ou esperam trabalhar para bancos depois. Há uma relação quase corrupta
entre bancos e políticos.”
A não perder.
Daniel D. Dias
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