Estão à vista eleições. Para já, as
Europeias, que, talvez pela primeira vez, podem ter importância crucial para a
Europa e para Portugal. Mas também as legislativas do próximo ano em Portugal -
que poderiam eventualmente ser antecipadas, se as Europeias corressem muito mal
aos energúmenos da comissão liquidatária que nos “governa” -, o que até talvez fosse viável se o Zé não
se deixasse baralhar e confundir pela algazarra que andam a fazer à sua volta e
votasse bem… Percebe-se bem o frenesim que perpassa nos “media”, que, como bons
reprodutores da “voz do dono”, vão aumentando a confusão, baralhando,
dividindo, provocando hesitação, fazendo interiorizar que a crise era algo
inevitável (e não o resultado duma política delibera e criminosa, duma agenda
de retrocesso), que vivemos a cima das nossas possibilidades, que fomos salvos
da bancarrota, que agora vamos começar a crescer, que os políticos são todos
iguais, etc., etc….
Reina a confusão mas duma coisa tenho
a certeza: na atual situação há três tipos de eleitores -dois para quem a
decisão é fácil e um para quem a decisão é muito difícil. É para este último –
o eleitor duvidoso, hesitante, que tenderá a abster-se ou a votar
precipitadamente se lhe persistirem as dúvidas - que dedico este post. Não é para o aconselhar em quem votar, mas
para lhe sugerir uma forma – a que adotei para mim próprio – de o ajudar a
vencer as suas legítimas hesitações.
Vejamos então:
Tipologia dos eleitores e o que se
espera que façam
1-
Quem está de acordo com a situação
atual, que acredita nas promessas da coligação que tem (des)governado o país
nos últimos anos, ou que tem vantagens na atual situação.
Não há muito que saber: Estes
eleitores votam na coligação que está no poder. Só se forem parvos é que o não
farão…
2-
Quem segue um cânone político, ou a
orientação dum partido, sem se preocupar demasiado com a eficácia do seu voto;
quem se preocupa mais em ser fiel a uma dada linha política do que aos
resultados eleitorais porque acredita que esse é o procedimento correto.
Obviamente, coerentemente com os seus
critérios ideológicos, estes eleitores devem votar no seu partido ou da forma
que o seu partido indicar.
3-
Quem hesita em quem votar porque
descrê nos partidos (da oposição) ou nos novos partidos, ou porque descrê nos
políticos em geral, mas que, apesar disso, pretende ser interventivo e acha que
é imperativo esta maioria de energúmenos ser afastada do poder e castigada nas
urnas.
A situação destes eleitores é mais
delicada. Deverão fazer uma escolha o mais racional possível - evitando opções
emocionais – que tenha efeitos concretos claramente previsíveis. Devem pois
procurar VOTAR ÚTIL e rejeitar liminarmente a abstenção ou o voto em branco
pois constituem certamente o grupo mais numeroso de eleitores.
Mas como proceder para determinar uma
escolha racional no controverso quadro político partidário atual que é a razão
das suas dúvidas e hesitações?
Critérios emocionais são perigosos: Um
candidato “bom” apoiado num partido com fraca implantação pode dispersar votos,
acabar por reforçar as posições da direita e não chegar sequer a ser eleito.
Mesmo critérios mais racionais são difíceis de aplicar no atual quadro
político.
Obviando esta questão, optei por um
método pouco ortodoxo mas que a meu ver conduz à melhor escolha – ou, melhor
dito, conduz à escolha mais conveniente. Sigo o princípio maoista - “defende o
que o inimigo ataca; ataca o que o inimigo defende”.
Assim, observo pelos “media” qual o
partido/candidato que é mais atacado pela coligação que está no poder. Em
termos europeus faço o mesmo: observo qual é o grupo político que o grupo de
Merkel mais ataca.
Depois, a menos que surjam factores
extraordinários que obriguem a rever toda a minha estratégia, o meu voto irá
para o partido (candidato ou família política) que foi objeto de maior
hostilidade por parte desta direita que está no poder, quer em Portugal quer na
Europa - Comissão Europeia. (Eu posso
enganar-me sobre o que devo ou não devo escolher mas os meus adversários,
esses, de certeza, não se enganam. Quem eles mais atacam é quem eles mais
temem.)
E pronto. No final provavelmente irei
engolir algum sapo mas certamente não serei engolido por nenhuma cobra.
Veremos. Seja qual for o resultado destas eleições sei que vamos ter muito
trabalho pela frente e que continuará a haver muita coisa para mudar.
Daniel D. Dias
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