Anoiteço.
Insidiosa a penumbra
por todo o lado me envolve
e eu permaneço aqui
como crisálida desinteressada em nascer
não me movo
não contesto a sombra
que desativa memórias
observo apenas
o perto a ficar longe
é um sono
um cansaço morno
junto à fogueira que fenece
ainda assim bruxuleante
No silêncio
a voz dum cão, longínqua
o hesitante grilar dos grilos
irrompem no ruido surdo das vagas
desse mar sempre presente
Resquícios do dia
ou saudações ao luar
que surge do nada
assinalando o outro lado da vida?
Daniel D. Dias
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